terça-feira, janeiro 16, 2007

E viva a simplicidade!




Cena 1: “Deixa que eu lavo a louça do almoço pra você, querida”. A mulher concorda. Depois de acumular a louça do jantar e do café da manhã do dia seguinte, quando não tem nem um copo limpo para beber água, ele vai para o restaurante.

Cena 2: A TV quebrou e precisa ir para o conserto. O homem, todo solícito, tira a TV do lugar e leva para a assistência técnica. Mas não há lente de aumento que o faça perceber que tem uma camada de pó acumulada de cinco anos embaixo da TV, que a faxineira nunca limpou. Ele tira o aparelho e não se dá ao trabalho de olhar o que tinha embaixo dela: uma família de ácaros com cinco gerações.

Cena 3: O namoro não deu certo. O homem termina secamente, ou nem termina, pára de ligar e pronto, frita a coitada no óleo morno. Mas jamais apaga o email ou o telefone dela. Vai saber se vai ter algum período de vacas magras.

Não adianta! Mulheres e homens são diferentes. Em todas as situações acima, o comportamento da mulher é o oposto. Ela é complexa, vai a fundo em tudo, tem milhares de conflitos existenciais que acabam com a resistência dela. Quem pensa muito sofre mais, não tem jeito, às vezes eu acho que a ignorância é uma bênção. Olho para o Tobias, o cachorro: não está nem aí com o buraco da Marginal onde cabe um Maracanã inteiro, se o trânsito piorou, se as enchentes do Rio de Janeiro ou Minas Gerais vão chegar a São Paulo. O importante é ter comida e uma bolinha para brincar.

Eu quase tenho inveja dos homens neste ponto. É tudo tão mais simples, não precisa de tanta roupa, sapato, bolsa, batom, depilação, unhas feitas, escova progressiva, tintura, tratamento para celulite. Basta ter sexo, cerveja gelada, sexo, carro, sexo e amigos ... A boa notícia para nós, mulheres, é que se eles não enxergam a sujeira do fogão, pode ser que não reparem nas celulites e nas estrias. Nós é que nos preocupamos com coisas que eles nem sempre percebem.