sábado, julho 03, 2010

Profecia concretizada

Quem é que pode discordar das sábias palavras do bêbado? O Brasil perdeu mesmo....mas os argentinos idem, hhahahahah. Eles viram a coisa preta e caíram de quatro!

domingo, junho 20, 2010

O Brasil ganha esta copa?


Esta semana eu ouvi um bêbado gritar na rua: " O Brasil não vai ganhar essa copa p... nenhuma!! Se a próxima copa vai ser aqui, e nós vamos ganhar, como é que eles vão deixar o Brasil ganhar duas vezes?"
Pois é....eu não tinha me dado conta disso! Faz sentido a profecia , só não ficou claro quem são eles, deduzo que deve ser a Fifa. Se existe falcatrua nos jogos, realmente não faz sentido o Brasil ganhar agora, a vitória está reservada para 2014. Vamos esperar para ver se as sábias palavras do alcoólatra se confirmam...

sábado, junho 05, 2010

Macaco ladrão

Macacos me mordam!!

Poços de Caldas é uma cidade pacata, limpa, porém voltada para um turismo que envolve mais descanso que necessariamente atividades vigorosas. Eu não estava esperando nenhuma grande emoção ao visitar a Fonte dos Amores, água e estátua, até perceber na entrada a população de macacos-prego que habita o local e que rapidamente rouba a cena da fonte. Eu até esqueci o que eu tinha ido fazer lá, tamanha a graça dos micos em pedir comida aos turistas. Todos queriam dar comida aos coitadinhos, e acabaram comprando no próprio local bananas ao preço inflacionado de 1 real cada. Claro que eles ganharam diversas guloseimas, mas o grupo foi orientado a alimentá-los somente com frutas para não causar danos à saúde dos frágeis bichinhos.
Acontece que os safados são mais espertos que eu e você juntos. Mal as pessoas compravam bananas eles arrancavam das mãos e saiam correndo, os mais esganados roubando dos companheiros também.
Mas um certo macaco estava cansado de bananas e queria algo mais radical. Foi quando minha mãe veio com um saco de doce de batata doce e ofereceu para as pessoas. A Saldanha segurou a embalagem e percebeu um amiguinho se aproximando e quando ela menos esperava ele saltou nas mãos dela deixando só as alças da sacola com ela. Ele foi xingado até a quarta geração e a princípio ficou envergonhado, mas depois relaxou e comeu todos os doces sozinho, escondido atrás da árvore. E eu ainda tive de ouvir que o macaco agiu assim porque é brasileiro...


quarta-feira, fevereiro 10, 2010

Olhar estrangeiro


Passado o choque dos primeiros três meses (parece que este é um número mágico, que serve de experiência no emprego, no namoro e até para readaptar-se na própria cidade), acabei mudando meu olhar para São Paulo e para o Brasil. Depois de um período de olhar distante, redescobri que o diabo não é tão feio quanto parece e ele pode vestir Prada também, por que não?

Claro que não suporto as chuvas e o trânsito da décima cidade mais rica do mundo, mas tem uma série de outras coisas que aprendi a enxergar com o olhar de um estrangeiro. Na verdade, a cidade não é tão desprovida de árvores. A região da Paulista, o parque Trianon, o Ibirapuera, O Parque do Morumbi não deixam nada a desejar em termos de arborização para nenhuma cidade grande do mundo.

O clima mutável era motivo de reclamação, mas não tem nada melhor que acordar de manhã e já sentir a temperatura alta, ver um céu azul e as pessoas mostrando os braços na rua. Damos um banho de cidadania quanto o assunto são os idosos. Aqui, eles têm filas especiais nos bancos, nos supermercados e não pagam pelo transporte público – o que está longe de acontecer na Inglaterra.

A segurança é frágil, mas em qualquer cidade grande do mundo todo cuidado é pouco. O Brasil produz muito do que se consome, de carros a frutas frescas. Não é qualquer país que tem este privilégio. O mais surpreendente era o transporte público, consagrado como péssimo e entre os piores do mundo. Hoje, os ônibus que trafegam pelos corredores são mais rápidos que os carros, melhorou bastante.

Sem falar nas pessoas, que apesar das grandes falhas de educação que temos, são extremamente receptivas com os estrangeiros. Existe uma frase que abre todas as portas: "Eu não falo português!" É só falar as palavras mágicas que os brasileiros só faltam botar no colo e levar para a casa. E ainda por cima estamos comandando o crescimento dos países emergentes, vamos ter Olimpíada e Copa do Mundo. Por isso cheguei a conclusão junto com a Karla, que mora na Inglaterra: o ideal não é ser brasileiro, o bom mesmo é nascer estrangeiro e morar aqui. Não é ótimo ser gringo no Brasil?

domingo, janeiro 03, 2010

De volta para casa......e agora?




Antes de sair da Inglaterra, eu estava louca para chegar em São Paulo. Quando eu cheguei em casa, fiquei louca para voltar para a Inglaterra! Será que eu não sou de lugar nenhum? Na verdade tive um choque cultural inverso com o trânsito, a violência, o apagão, a chuva, as inundações, as filas e a falta de educação. Como eu estava numa cidade 20 vezes menor, todos esses problemas eram menores. Sem falar que a fama da chuva e umidade na Inglaterra não é nem pouco justa se comparada a São Paulo!

Na verdade, eu fiquei muito feliz em chegar e rever minha família, meus amigos queridos, meu cachorro, pois o que eu mais sentia falta era as pessoas, além da manga Palmer e do queijo branco. Mas acho que eu tinha me esquecido que a qualidade de vida aqui em São Paulo deixa muito a desejar, pois também não consigo ver meus amigos com freqüência, é sempre um grande esforço para marcar um encontro. Culpa da cidade opressora.

Em Leeds eu conseguia ver os amigos quase todo dia, o que eu achava muito prazeroso e imaginava que de alguma forma a situação iria se reproduzir aqui. Nada disso. Já faz dois meses que estou aqui e tem gente que não vi ainda. Apesar de tudo, a vida lá também não era perfeita, pois cria-se vínculos que de antemão todos sabem que são temporários, com exceção dos brasileiros. A Inglaterra parece o centro do mundo, onde vai gente do mundo inteiro, mas na maior parte das vezes a sensação é que nunca mais estas pessoas vão se encontrar de novo. As pessoas se instalam, estudam, cumprem seu objetivo e voltam para a terra natal. Como eu fiz, de volta para as origens. Mas aprendi que a vida é assim, é feita de ciclos. Quando ele se esgota ou se conclui, está na hora de começar um novo. Should I stay or should I go?

segunda-feira, outubro 05, 2009

Mudanças para brasileira ver



Tem uma coisa que eu aprendi faz tempo: a única coisa certa na vida são as mudanças. Por isso tento ser otimista com relação a isso, não adianta resistir. Se você adia a mudança, quando ela chega é para te derrubar, não vem suave. Por isso até prefiro ir atrás das mudanças. Já que elas são inevitáveis, vamos atrás delas.
As únicas mudanças que realmente não suporto são as de casa. Faz doze anos que moro no mesmo apartamento em Sampa, mas em um ano de Inglaterra mudei três vezes. Cheguei aqui com duas malas e tudo deu cria: roupas, panelas, pratos, toalhas, lençóis, nunca vi tanta coisa, minha vida aqui é tão espartana, tudo tão temporário mas preciso de umas vinte malas para colocar tudo que eu tenho. A notícia boa é que todas as mudanças foram para melhor. Quando mudei do apartamento que dividia com os hooligans, morei com cinco indianas que eram bem organizadas. Todas vegetarianas. Aprendi que tem muito vegetariano que só come pizza, batata frita e pão com a desculpa de não comer carne, mas legumes, frutas e saladas que é bom nem pensar. O que eles deveriam ser é carboidratianos.
Por nosso acabei virando o bicho estranho lá, elas sempre espionavam o que eu estava comendo. Tinha uma que dava blitz na cozinha todas as vezes que eu tomava café da manhã para perguntar tudo sobre minha dieta. Isto incluía também as carnes que eu preparava, nunca me senti tão carnívora com os meus frangos, perus e peixes. Elas cresciam tanto o olho nos meus assados que eu até oferecia, mas a religião não permitia, claro. Vai ver que elas queriam saber como preparava para comer escondido depois.
Agora mudei de novo, estou morando longe do centro, mas tem um lado bem interessante de experimentar a vida local. Tenho uma rotina, vou para academia, supermercado e acabo presenciando briga de vizinhos, gritaria no supermercado, discussão e palavrões nos ônibus, bêbados em toda a parte, tudo muito longe do conceito de gentleman inglês que eu sempre tive.
Outro dia o motorista do ônibus parou no ponto e um carro estacionou na frente. No lugar de dar a volta, resolveu semear a discórdia com um buzinaço sem fim. A mulher que estava no carro falava no celular e por isso nem se mexeu. Quando se movimentou foi para sair do carro e falar umas poucas e boas para o motorista, nunca vi tanta criatividade para falar tantos palavrões em tão poucos minutos, alguns eu nem conhecia. Todos no ônibus fizeram: ohhhhh!! Aí veio o guarda, os três discutiram, foi uma beleza. Por isso me divirto, cada baixaria que eu pensava que só acontecia na periferia de São Paulo acontece em todo os lugares aqui. Tudo isso para a brasileira ver.....


quinta-feira, julho 30, 2009

Tudo sobre comida



Tem muita coisa estranha que acontece aqui na Inglaterra que nunca vi acontecer em São Paulo. Nem tudo é culpa dos ingleses, tem particularidades de diversas culturas, afinal aqui é uma Torre de Babel.
Por exemplo, as festas dos ingleses são sempre a mesma coisa. Muita bebida, nada para comer, tem hora para começar e para acabar. O máximo que se encontra é batatinha frita de pacote e doritos, que tem gosto de chulé com caldo knorr. Resultado: Em duas horas de festa, estão todos bêbados.
As festas dos latinos (América Latina e Sul da Europa) tem tudo em quantidade: comida, bebida e gente. Já escutei a seguinte frase aqui: “onde comem 20, comem 35 perfeitamente”, pois cada amigo chama um amigo e por aí vai. Aí tem churrasco, sanduíche, tortillas, canapés, bolo. Resultado: Em duas horas de festa, estão todos alegres. E ninguém vai embora antes de amanhecer o dia.
Tem também as esquisitices individuais. Uma estudante de Barbados me convidou para jantar e fez uma comida muito saborosa, só que em porções piores que as francesas, pois era um prato só. Ela serviu arroz e frango, foram quatro pessoas e só tinha um pedacinho para cada um. Claro que passei fome, cheguei em casa e jantei de novo. Aí uma americana também chamou um monte de gente para um brunch, com bastante antecedência, falou até qual seria o cardápio, mas na noite anterior se arrependeu e cancelou tudo, falou que era melhor todo mundo se encontrar num café.
O ponto alto foi a festa oriental: duas amigas resolveram comemorar os aniversários juntas, uma da Índia e outra da China. Prometeram comidas exóticas dos dois países, com a condição que cada um levasse uma bebida, o que é normal por aqui. Resultado: chamaram tanta gente que ficaram preocupadas com o overbooking. Para não fazer feio, mandaram um email da véspera dizendo a verdade: “Pessoal, acho que convidamos mais gente que deveríamos, portanto, não venham com muita fome e comam antes de vir porque a comida não vai dar”!
Pode???? Depois a gente é que é miserável......

terça-feira, junho 23, 2009

Diáspora brasileira


É ruim sentir saudades, mas tem um lado bom em passar um tempo longe do seu país. Você pode aloprar à vontade que ninguém vai te julgar. E nem podem, porque para quem pinta o cabelo azul, usa saia estampada com calça xadrez, sai fantasiado na rua para tomar todas as cervejas dos pubs e deixam as cuecas aparecendo porque acham lindo andar com a calça caindo, tem moral para falar o quê? Por exemplo, vou fazer compras com uma mala de rodinha para não carregar peso – é ridículo, mas ninguém me conhece mesmo....tô nem aí. Ando com a roupa amassada, canto música brasileira que ninguém entende e de quebra estou frequentando aulas de break dancing. Nas festas de brasileiros, danço tudo quanto é samba, salsa, forró, reggaeton (que aqui classificam como música brasileira ) e até o funk das cachorras. Só não criei coragem para dançar na boquinha da garrafa, que rola em quase todas as festas. É a famosa diáspora, a gente precisa encontrar os iguais de vez em quando, embora eu não tenha vindo aqui para isso. Mas é muito legal poder fazer um pão de queijo, manjar, queijadinha, falar palavrão em português sem correr o risco de não ser entendido.
O que não é muito fácil é entender as contradições desta sociedade, talvez por isso a gente precise se relacionar com culturas mais acessíveis aqui. Por que eles chamam todo mundo de ‘love’, mas se de fato eles não querem nem fazer amizade? Por que eles vendem roupa de verão se não faz calor? Por que tem gente pelada na televisão o tempo todo se eles são tão tímidos? Por que todo mundo gosta de ler fofoca mas quase não falam? Por que tem duas torneiras na pia com águas que não se misturam, uma queima e outra congela? São perguntas que não querem calar. E a água ainda vai pelo ralo pelo lado contrário, só porque estou no hemisfério norte...isso já é demais!

segunda-feira, junho 08, 2009

Verão para inglês ver


A gente aprende na escola que o clima na Europa é temperado porque tem as quatro estações bem definidas, além de grande variação da duração do dia ao longo do ano. A segunda parte é verdade, pois agora que estamos praticamente no verão o dia amanhece às 4h30 e escurece às 21h30. Mas a primeira parte só deve ser verdade em países continentais, como a Espanha, a Itália e a França. Na Inglaterra não tem estação definida coisa nenhuma, só tem mais frio e menos frio. Para não ser injusta, só peguei quatro dias com temperaturas acima de 20 graus até agora, que foi na semana passada. Aí eu comemorei e saí de camiseta, foi a primeira vez que mostrei meus braços na rua, olhem a foto que não me deixa mentir.
Para dizer a verdade eu não preciso de calor o ano inteiro, acho que isso também é cansativo, mas só quatro dias de calor por ano? A média de temperatura anual aqui é 12 graus. Em São Paulo sobe para 20 e no Nordeste é 28. Não dá para comparar. A maior parte do tempo tenho de sair de casaco, não tem jeito.
Devem vir outros dias quentes por aí, mas quando você pergunta para um inglês como é o verão, em geral ele responde que no ano passado caiu numa terça-feira.......