
Parece o fim do mundo. Correria, prazos apertados, estoque de comida. Tudo fica pior em dezembro: o trânsito, o humor, a pressão, o trabalho, o supermercado, os consultórios médicos, a conta do banco. A síndrome do Natal começa em novembro e só termina depois do almoço do dia 25. Por que será que tudo tem que acontecer até o dia 24? Não pode ficar nada para o dia 26? Até os amigos têm que se encontrar em dezembro: Pois é, vamos ver se a gente se encontra antes do Natal? Para não passar em branco, né?
Às vezes esses mesmos amigos ficam o ano inteiro sem se ver, mas têm que se encontrar antes do Natal... E daí vem a explicação para aqueles quilos a mais. Duvido que alguém engorde tanto por comer um pouco a mais no dia da ceia. Mas quase todos os dias de dezembro comemorando no almoço e no jantar com os amigos, com a família, na festa da firma, não tem boa forma que resista. Ah, mas no Natal pode comer uma rabanada, um torresminho, né? Como se fosse uma data à prova de engorda.
Parece que esta época serve de desculpa para tudo. Aqueles que não conseguem dar a menor atenção para os outros é porque estão trabalhando muito, comprando presentes ou preparando comida. Tudo isso para quê? Para passar um dia. O pior é que no meio deste caos todo mundo ainda é obrigado a ser feliz, porque é Natal, oras.
Um mês de horror para passar um dia feliz. Isso quando dá tudo certo, quando a família é unida e colaborativa. O que mais tem por aí é uma pessoa da família convidando os demais e ninguém nem pensa que precisa participar, no sentido amplo da palavra. Será que quem recebe as pessoas gosta de passar horas no supermercado lotado e depois passar horas no fogão cozinhando?
E não pára por aí, tem gente que reclama que o peru estava seco e vai embora à seco também, nem se oferece para lavar a louça. Enfim, mas é Natal, então tem que ser feliz, mesmo que você fique tão cansado que não consiga nem ficar acordado até a meia-noite. Será que é esse o espírito de Natal que tanto falam?
Jingle bells, batman smells, Robin flies away.....